Monólogo de Hamlet com Rafael A. Porto, 3m2, turma de 2013.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Cassiano Mendes, Uma Lição de Vida



A Cassiano Mendes e sua História
D. Lêda B.Mendes Oliveira/ex Inspetora de Ensino

Em 1899 houve a primordial tentativa cultural na comunidade com a criação do Ateneu de Fortaleza. Em 1940 instalou-se o Ginásio Fortaleza para dar continuidade aos estudos das quatro primeiras séries. Este foi encampado em 1942 pelo novo Ginásio Pedra Azul que funcionou em prédio próprio. Em 1959, criou-se o curso Técnico Comercial, cujas atividades encerraram-se em 1966. Em 1964 foi criada a escola particular Menino Jesus, que não foi adiante.












Vista parcial da Av. Cassiano Mendes, com a escola ao fundo, no início dos anos 70.

Em 1964, eu era inspetora da região; contávamos com 98% de professores leigos. Em entrevista com o então governador, José Magalhães Pinto, expus-lhe a situação, procurando justificar a necessidade de uma escola para formação de professores. Ele sugeriu-me que elaborasse um projeto e lhe enviasse por intermédio de seu líder, Dr. Ataliba Mendes.
Elaborei um projeto, expondo a situação do professorado e o aproveitamento escolar, ao fluxo de 10 anos. Na época, nem 2% dos alunos chegavam à 4ª série do primeiro grau. O projeto foi encaminhado pelo deputado Dr. Ataliba Mendes de Oliveira, filho do patrono da escola. No mesmo ano foi criada a escola.
O projeto de lei de criação da escola foi enviado à Assembléia Legislativa para aprovação do nome, no mesmo ano. Ali permanecendo três meses, na comissão de educação. Diante dessa demora na tramitação do Projeto, sugeri, principalmente, ao Sr. Márcio Garcia, Chefe de Gabinete e ao Secretário de Educação que fosse expedido um memorando autorizando o funcionamento da escola.

Primeira turma de formandos

A escola começou a funcionar em fevereiro de 1965, graças à boa vontade do Secretário de Estado de Educação, Dr. Aureliano Chaves de Mendonça. Em 4 de março, quando já em funcionamento, o Secretário veio a Pedra Azul instalar a escola. O discurso de instalação foi proferido no Cine Izabel que funcionava na Praça Francisco Figueiredo.
Entre os primeiros professores, podemos citar: Dr. Gamaliel, Juiz de Direito, Dr. Mussoline O. de Miranda, Promotor de Justiça, Professor Faiçal Chequer, Dr. Aquino Perpétuo, Dona Rosalina Lacerda, D. Maria José Pereira, D. Leda Barbosa Mendes de Oliveira e D. Maria José Penha.
O primeiro diretor foi Dr. Alcebíades Mendes Oliveira, quando ainda não funcionava no atual prédio.

Histórico e Fundamentação Legal da Escola

Lei número 3.153 de 02/07/64, publicada no jornal Minas Gerais, número 123 de 03/07/64, pág. 01 do Diário do Executivo. Foi instalado oficialmente em 04/04/65, pelo Secretário de Estado de Educação, dando-se início às atividades escolares no prédio da Fundação Cassiano Mendes.
Lei de criação do Colégio Oficial anexo ao colégio Normal Oficial Cassiano Mendes. Lei número 3.985 de 27/12/65, pág. 1, coluna 5, autorizado pela portaria 153 de 07/04/66, Minas Gerais, pág. 03, col. 04.Em 1983, a pedido, através da 24ª DRE de Teófilo Otoni, requereu-se o reconhecimento oficial da escola.


Hélio José de Souza (1971 a 1973)

Uma história muito simples
Professor Hélio José de Souza

Professor Hélio José de Souza

Eu sou filho de Pedra Azul e fiz meus primeiros estudos na Escola Estadual Dr.) e conclui na E. E. Pacífico Faria (4ª série). Logo depois fiz as provas de admissão para o curso ginasial. Eu me lembro bem: as provas de admissão eram um vestibular para ingressar no curso ginasial. Fui aprovado e concluí a 8ª série no saudoso GPA (hoje E. E. João de Almeida), onde vivi momentos de muita alegria, não só pelos professores altamente gabaritados, como também pelo alto nível do ensino administrado.
O nosso diretor, na época, o saudoso Dr. Reynaldo Veloso, respeitado por todos pelo seu altíssimo nível cultural, ressaltava minha facilidade em línguas (português, latim e francês), quando ganhei alguns concursos , que eram realizados na época, como português, redação, leitura e interpretação, o mesmo não acontecia em matemática.
Lembro-me de professores inesquecíveis daquela época: o próprio Dr. Reynaldo Veloso (Latim, Francês), Dr. Gilberto Almeida (Matemática e Desenho), Dr. Pedro Vieira (Português e Inglês), Dr. Henrique Oliveira (Geografia e Português), Professora Terezinha Yone (História), Dr. João Barbato (Ciências), D. Aldiva Morais (Canto Orfeônico), Dr. Mussolini Otoni (Geografia e OSPB), Geraldo Azevedo (Educação Física), Dr. Aurélio de Almeida (Matemática) e muitos outros que também foram tão importantes na nossa formação.
Infelizmente, muitos deles já morreram, mas continua a nossa saudade e eterno reconhecimento.
Ao terminar o curso ginasial fui para Belo Horizonte e lá concluí o 2º grau – curso clássico (mais voltado para as línguas) onde havia sete aulas de Português e Literatura por semana, isto no colégio Marconi, dirigido por padres. Logo depois tentei o vestibular para jornalismo e fui reprovado em História. Lembro-me bem que assumi o 2º lugar em língua portuguesa, mas na época cada disciplina eliminava.
Aí, então, voltei para Pedra Azul e, a convite do Dr. Reynaldo Veloso (Diretor da recém inaugurada Escola Estadual Cassiano Mendes), assumi a carreira de professor de português e literatura. Fui tomando gosto pela nova profissão até chegar o grande momento: em 1971 foi inaugurado o novo prédio da E. E. Cassiano Mendes e, por motivos pessoais, o diretor, Dr. Reynaldo Veloso, não quis continuar no cargo e me indicou para ocupar a difícil missão de dirigir a escola. Para mim foi uma grande surpresa, mas aceitei o desafio. Assumi a direção da Cassiano Mendes de 1971 a 1973. Foram três anos de novas experiências e aprendizados, porém sempre exercendo o cargo original de professor de Português e Literatura.
Procurei dirigir a escola de maneira simples, contando com muito apoio de alguns colegas da época. Tudo deu muito certo.
O meu sucessor, na direção, foi o nosso colega (que muito nos ajudou), Professor de História, Alírio Pereira Rodrigues, que cumpriu sua missão com muito zelo e sabedoria, promovendo melhorias no ensino.
É bom lembrar que, naquela época, contávamos com um corpo docente de primeira ponta. Não vamos citar nominalmente para não corrermos o risco de omitir alguns nomes. Os alunos, conseqüentemente, levavam mais a sério o cumprimento das suas atividades e a escola funcionava num clima de muita paz e progresso.
Como professor, tivemos muitos alunos que se destacaram nas suas futuras atividades. Hoje são excelentes profissionais, como advogados, médicos, engenheiros, enfermeiros, veterinários, professores, arquitetos, biólogos, psicólogos, bancários, contabilistas, comerciantes, etc...
Quando ainda professor, aconteceu um fato que me deixou tão orgulhoso que merece aqui um registro: dois ex-alunos meus, irmãos, prestaram vestibular para engenharia na federal de Juiz de Fora (MG) e me escreveram dizendo que haviam fechado a prova de Português graças ao programa visto por nós durante o período na Cassiano Mendes. Ambos foram aprovados, com destaque, e hoje são importantes profissionais no nosso estado, cada um na sua área de atuação.
Há muitos outros acontecimentos que marcaram muito a nossa jornada, como professor, porém, se fôssemos enumerá-los, com certeza, tomaria muito tempo, mas o certo é que, durante toda a nossa vida no magistério, só conhecemos bons momentos, alegrias e muita satisfação. Foi uma época inesquecível para nós.
Quando me aposentei, no dia 1º de Dezembro de 2000, passei por alguns momentos de indecisão. Não sabia bem o que fazer e demorou um pouco para me adaptar à nova vida. Assim fui levando os anos entre tarefas diversas até que no início deste ano de 2010 aconteceu uma grata surpresa, quando recebi, em minha residência a visita da professora Alice Veloso Pires, (neta do saudoso Reynaldo Veloso), atual diretora do Pitágoras (Unidade Local) e me convidou para assumir as cadeiras de Língua Portuguesa e Literatura no ensino do 2º grau. Aceitei a proposta e estou muito grato e feliz por conviver novamente com alguns alunos e colegas de profissão, com quem sempre me identifiquei.
Hoje me sinto realizado profissionalmente e vou me dedicar, com afinco, em prol da nossa nova missão.
Encerrando o nosso depoimento, agradeço de coração à direção atual da Cassiano Mendes, por deixar que eu registrasse um pouco da nossa história de professor, ao longo dos 32 anos consecutivos numa mesma escola – a nossa querida Cassiano Mendes.
Torna-se impossível citar todas as pessoas com quem convivi durante os 32 anos, como professor da Cassiano Mendes, mas por uma questão de gratidão, podemos destacar, entre outros, o nosso saudoso Dr. Reynaldo Veloso, que além de ter sido meu professor de latim e francês, ainda no curso ginasial, indicou-me depois para assumir a direção da escola no seu novo prédio, cargo que me deixou muito orgulhoso. Lembramos ainda de outros professores que abraçaram, com muita seriedade, a difícil carreira de ensinar, tais como: Alírio, D. Ivonilde, D. Nilde (in memorian), prof. Alaor (in memorian), Faiçal (hoje reitor da Universidade de Itaúna), Dr. Aquino (hoje Juiz de Direito), Letícia Botelho, Ana Lúcia, Max, Dagmar, Hermano, Fábio Faria, Ariovaldo (Café), João Marcos, Elmany, Hilário (in memorian), Sulian, Ana Angélica, Eva Ozana, Obed, Tomás de Aquino, Orquídea, Margareth Lima, Dione Paranhos, Ana Lúcia, Alice Veloso, Adilson Lopes, Alex e muitos outros com quem tivemos a honra de dividir e exercício da nobre profissão. O mais importante de tudo é que muito desses nossos colegas já ocuparam também o cargo de diretor da E. E. Cassiano Mendes.







ALÍRIO PEREIRA RODRIGUES (1973 a 1983)

Professor Alírio Pereira Rodrigues

Comecei a dar aulas de História do Brasil, em setembro do ano de 1963, ainda no antigo Ginásio Pedra Azul. Neste mesmo Educandário, foi fundado o Grêmio Cultural Machado de Assis, quando eu fui eleito presidente do mesmo. Ali, alguns artistas famosos, como Saulo Laranjeira, Paulinho Pedra Azul, Célia Mara, entre outros, começaram suas carreiras.
O Ginásio Pedra Azul, foi então incorporado pela Escola Estadual Cassiano Mendes.
Como professor, ministrei aulas de História do Brasil, História Geral e Econômica, OSPB, Educação Moral e Cívica, Geografia e Elementos da Economia Política.
Em 17 de novembro de 1973, tomei posse, como Diretor da Escola Estadual Cassiano Mendes, e, ali permaneci como Diretor até 22 de fevereiro de 1983. Data esta que fui apostilado e voltei a ministrar aulas.
Durante o tempo que estive na direção da Escola, realizamos vários trabalhos, através de muitas lutas, tais como:
Reforma geral do prédio da Escola, com a construção da ala à direita, com várias salas de aulas e biblioteca;
O muro do fundo da Escola foi construído;
Foram plantadas árvores, que até os dias de hoje se encontram na frente da Escola;
Os arquivos foram organizados e várias mudanças foram feitas para a melhoria da Escola.
Entretanto, só foi possível a realização desses trabalhos, graças à eficiência de uma boa equipe, à qual deixo os meus sinceros agradecimentos.
Durante o período que estive Diretor, tive algumas secretárias, dentre elas, darei destaque à última, a Sra. Marilta Rodrigues de Moura, pessoa que ainda permanece prestando os seus relevantes serviços na referida Escola.

A Escola em construção, no início da década de 70

Quero destacar também, os serviços prestados por 03 (três) vice-diretores que muito contribuíram com seus serviços para a educação e cultura de Pedra Azul. São eles:
Sra. Maria José Pereira de Souza;
Sr. Constantino Carera;
Professor Antônio Hilário Ferreira.
Contudo, estou aposentado desde 08 de março de 1995 e guardo ótimas lembranças dos meus queridos alunos, dos seus pais atenciosos e das pessoas que colaboraram para o bom desempenho do meu trabalho, aos quais deixo o meu abraço, pois muito contribuíram para que eu tivesse a consciência do dever cumprido.


Nilde Faria de Almeida (1983 a 1988)
Nilde Faria de Almeida

Ocupou o cargo de professora e também diretora. De espírito empreendedor, foi uma diretora atuante e com forte zelo administrativo.
Nessa época, o Brasil começava o processo de democratização. Tancredo Neves foi eleito governador em 82 e Orlando Ruas o Prefeito. Ronald Reagan era o presidente dos Estados Unidos.
Na cidade, o Sr. Manoel dos Passos Gusmão começa a entrar no cenário político. A Escola oferecia os cursos nas áreas de Técnico em Contabilidade e Magistério. Ness época, D. Edinha e Dagmar iniciaram suas carreiras na escola.
Adilson Lopes e Alex Barbosa


Ana Angélica Figueiredo (1988)

Ana Angélica Figueiredo.

Exerceu o cargo de Professora e Diretora.
Nesta época, cai o Muro de Berlim, em 1989. Collor é eleito Presidente. Sr. Gusmão é o novo prefeito em 1989.

A professora Margareth e alguns alunos, na época.
Antônio Hilário Ferreira (1991 )

Antônio Hilário Ferreira
Ocupou o cargo de Diretor, Vice-diretor e Professor.
O país e o mundo passavam por profundas transformações então. Era o processo da globalização, a tecnologia começava a moldar nossa maneira de viver.
A União Soviética e o muro de Berlim não mais existem e Collor renuncia.
O Prefeito, Sr. Manoel dos Passos Gusmão populariza o poder em Pedra Azul. O processo de abertura política vai se consolidando.


Neldira Edni de Oliveira Botelho
(1983, por 6 meses / 1992 a 1996)

D. Edinha.

Nasci na cidade de Vitória, estado do Espírito Santo, filha de Gentil Rodrigues de Oliveira e Mercedes Segóvia de Oliveira. Passei minha infância onde nasci. Aos treze anos fui fazer o Fundamental do sexto ao nono no Instituto Adventista Petropolitano de Ensino em Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro, em regime de internato.
Ao terminar o Primeiro Grau, fiquei noiva de Otavio José Botelho, estudante do mesmo educandário, mineiro de Jequitinhonha. Em fevereiro de 1960, nos unimos em matrimônio. Em Pedra Azul, conclui o curso Normal (Magistério de primeira a quarta série) no Ginásio Pedra Azul. Trabalhei nas escolas: Cel. Pacífico Faria, Dr. Carlos Américo, Mobral e zona rural. Em 1976, fiz vestibular para Pedagogia em Teófilo Otoni; em 1977 começamos a estudar e também a ministrar aulas de Fundamentos II (Filosofia, Sociologia e História de Educação) para o curso Normal e Educação Física para o Fundamental.
Ao conclui o curso de Pedagogia em Administração e matérias Pedagógicas, fui para São João Del” Rei e graduei-me em Supervisão Pedagógica de 1° e 2° graus. Mais tarde, graduei-me também em Inspeção Escolar em Batatais/São Paulo. Continuei meus estudos, fazendo Pós Graduação em Educação em Vassouras/Rio e Janeiro.
Na Unimontes, trabalhei como Supervisora Itinerante.
Como parte do corpo docente E. E. Cassiano Mendes, procuramos fazer o trabalho administrativo – Pedagógico com dedicação e entusiasmo, pensando sempre no futuro melhor da escola. Com isto, a sociedade foi beneficiada com excelentes profissionais da área técnica em contabilidade e professores do Magistério / curso Normal (magistério de 1° a 4° serie).
Os valores éticos e morais sempre foram objetivo de destaque em nossos planejamentos pedagógicos. Tínhamos a “Hora Cívica”, uma vez por semana toda a escola em posição de sentido hasteava as bandeiras do Brasil, Minas Gerais e Pedra Azul e cantava o Hino Nacional, enquanto um dos professores fazia uma pequena reflexão. O zelo pela boa disciplina era uma luta constante através de projetos. Na minha trajetória por esta instituição tive profissionais que marcaram a nossa vida, como verdadeiros profissionais de Educação, dedicados e comprometidos.
Como diretora, montamos vários projetos como: “Semana do Normalista” que influenciava os alunos, tanto na parte pedagógica como nos valores éticos e profissionais, oferecendo cursos como: “Sala de aula Oficina do saber”, Oferecemos cursos de aperfeiçoamentos, metodológicos, e especializações disciplinares e interdisciplinares. Também, oferecemos palestras, concurso, etc...
Tínhamos, em todo final de ano, Concurso de Oratória, onde alunos formados participavam com muita garra e entusiasmo, juntamente com, a Comunidade Escolar, os professores e a sociedade. Ativamos o Grêmio Estudantil “Machado de Assis”, através do qual oferecíamos Carteira do Estudante aos alunos e programações culturais.
Procuramos dar uma nova estrutura física ao prédio da escola, começando pela frente, pois só tinha a entrada lateral. Conseguimos trator para realizar a terraplenagem, abrindo caminho, que logo foi calçado e feito serviço de jardinagem. Construímos um salão para eventos, que tem sido muito útil à escola. Colocamos aparelhagem de som em todas as salas para facilitar os avisos e comunicações em geral. Adequamos o terreno em torno da escola, muramos e construímos a quadra para Educação Física e escadaria de acesso.
Na reforma física da escola, aumentamos o número de salas de aulas, fizemos sala de vídeo, cozinha, despensas e banheiros. Melhoramos todo o aspecto físico da escola que era isolada. Construímos também escritório Modelo de Curso Profissionalizante de Técnico em Contabilidade e o mobiliamos com móveis adequados. Com o fim do curso, a sala passou a funcionar como Laboratório de Inglês.
Administramos condições para que a parceria entre professor e aluno fosse feita dentro de uma aprendizagem significativa de um ambiente escolar harmonioso.
Procurei ser um elemento facilitador do Processo Educacional da minha Comunidade Pedrazulense, meus ideais na luta foram por um ensino eficiente e pela valorização do professor, Trabalhamos para que houvesse melhoria e qualidade de vida na Comunidade Escolar.
A você que durante toda a minha caminhada ajudou-me a vencer as dificuldades, demonstrando amizade sincera, provando que “amigo é aquele que torce para que tudo dê certo, sempre”, o meu muito obrigada. Não há como esquecer. Ficou guardado na parte mais profunda do meu ser.
Neldira Edni Oliveira Botelho
Agosto de 2010.


LETÍCIA CARVALHO BOTELHO (1997 a 2.000)
Letícia Carvalho Botelho, assinando termo de Posse, como Diretora, em Almenara.
Iniciei meu trabalho na Cassiano Mendes em 1º/03/1973, até 2008, quando me aposentei pela 2ª vez. Iniciei como professora de Português. Fui vice-diretora na administração da Drª. Nilde e Diretora, por quatro anos.
Comecei meu trabalho, tendo o Professor Hélio José de Souza como Diretor e o conclui na administração atual da Professora Ana Lúcia Pereira Costa, passando por administradores fabulosos como o Professor Alírio, D. Nilde Almeida, D. Edinha e outros. Todos deixaram marcas indeléveis em minha formação profissional. Meus vice-diretores, Cíntia, Elizinha, João Marcos e Betinha muito me ajudaram. Enfim, a equipe da Cassiano foi excelente: Professores, especialistas e, principalmente, os serviçais, pessoas maravilhosas, sem as quais a escola não funciona. Gostaria de prestar uma homenagem especial a D. Nilde Faria de Almeida, de quem fui vice-diretora. Foi uma pessoa maravilhosa, experiente, resoluta e sábia em suas decisões. Até hoje os seus ensinamentos têm me ajudado. Eu era mais nova do que ela e fui uma discípula atenta. Tive a humildade de querer aprender. Outras pessoas que me marcaram profundamente foram os meus alunos. Aprendi muito com eles. Eu os conhecia até pelo estilo da redação de cada um. Até hoje eu posso identificar a caligrafia de cada um. Eram todos meus amigos. E até hoje temos lembranças recíprocas daquela época.
O meu período na direção foi de muitas mudanças, sem o devido preparo dos professores, dos alunos e das famílias. A imposição dos Ciclos (a Cassiano Mendes resistiu por muito tempo), onde o aluno “ tinha”, entre aspas, de passar de qualquer forma. Não podia haver reprovação. Esta época de transição foi muito difícil, tanto para a direção como para os especialistas, professores e alunos.
Em contrapartida, foi também uma época de muitos cursos de capacitação de diretores e professores:
Procad (Programa de Capacitação de Diretores), onde diretores, vice-diretores, secretários de educação foram orientados por mim;
PROMÉDIO, com a participação de 100% dos professores do Ensino Médio, inclusive com a publicação de livros didáticos das professoras Alice Veloso Pires e Luciana Andrade Grezzi;
PROCIÊNCIAS, com a participação de três professores em Lavras.
Houve, também, na parte pedagógica, a implantação do Laboratório de Inglês, e seu real funcionamento, enriquecendo o ensino desta disciplina (televisão, vídeo-cassetes, Cd´s, livros, dicionários, etc. O acervo era muito rico.
Implantação de 02 jornais em épocas diferentes: “De Olho no Mundo” , supervisionado pelas bibliotecárias Lucilente, Maclóvia e Marília e Jornal da Cassiano, em 1998, supervisionado pela professora Obed.
Na parte tecnológica, houve um fato muito importante, que marcou a era da informática na escola: instalação do Núcleo de Informática, com 11 computadores e duas impressoras.
Participei da Feira de Informática, em Belo Horizonte, onde os computadores foram adquiridos.
Na inauguração do Núcleo, pudemos contar com a presença do então Governador de Estado, Dr. Eduardo Azeredo. Este fato marcou muito a nossa escola, pois recebemos também outros benefícios como verbas avultadas, carteiras novas, etc.











Inauguração do Laboratório de Informática da E. E. Cassiano Mendes. Da esquerda para direita: Governador Eduardo Azeredo, Dep. Estadual Romeu Queiroz, Diretora da Escola Letícia Carvalho Botelho, Prefeito Municipal Ricardo Mendes Pinto. (1997)

Outro fato marcante em nossa administração foi a realização do 1º. Curso de Pós-Graduação em História, ministrado pela UNIMONTES. Sessenta alunos de Pedra Azul e cidades vizinhas participaram do evento.
Na parte da estrutura física pouca coisa pôde ser realizada, pois estavam proibidas as reformas maiores. A primeira planilha completa do Ginásio Coberto Poliesportivo foi também encaminhada em nossa administração.
Mensagem Final:
Aos Diretores: continuem trabalhando com a mente dos grandes empresários, mas com o coração do educador. Assim, as ações serão eternizadas.
Aos Professores/Colegas: vou pedir emprestada a frase de Cora Coralina: “Feliz aquele que transforma o que sabe e a aprende o que ensina”. Há sempre o que aprender com os nossos alunos. Sejamos convincentes ao ensinar e humildes ao aprender.
Aos alunos: aproveitem este período maravilhoso de convívio entre educadores e colegas. É na escola que nos é permitido errar e aprender de novo. Estudem, batalhem e sejam sempre VENCEDORES.

Letícia Carvalho Botelho, em 22/06/2010.

RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
I - MELHORIAS NO SETOR PEDAGÓGICO:

1. PROMÉDIO, curso de capacitação de professores em Ibirité, com participação de 100% dos professores, inclusive com a publicação de livros didáticos das professoras Alice Veloso Pires e Luciana Andrade Grezzi;
2. PROCAD (Programa de Capacitação de Diretores), onde a diretora Letícia foi orientadora de Aprendizagem de 28 diretores, vice-diretores e secretários municipais de Pedra Azul e cidades vizinhas;
3. PROCIÊNCIAS, com a participação de três professores da área, em Lavras;
4. Participação em Fórum e Debates Educacionais, em Almenara e Governador Valadares, onde a diretora foi eleita representante regional da Educação;
5. Instalação do Laboratório de Inglês e seu real funcionamento. Aquisição de duas televisões 29”; 2 vídeo-cassetes; livros, dicionários, CDs e fitas em inglês, legendados ou não. Todas as aulas de inglês eram ministradas no laboratório;
6. Instalação do Núcleo de Informática, com 11 computadores e 2 impressoras. Informatização da Secretaria, Biblioteca, Orientação e Sala dos Professores. Foi realmente a inclusão digital da escola no mundo da informática. A Diretora foi a Belo Horizonte, participou da Feira de Informática e adquiriu os primeiros computadores para a escola, trazendo também os cursos para treinamento dos funcionários e professores. A inauguração teve a presença do então Governador de Minas, Dr. Eduardo Azeredo.
7. Nova roupagem do Conselho de Classe, com a participação de pais, alunos e professores, sob a orientação e supervisão das especialistas Dagmar e Ediralva.
8. Implantação do Jornal “De Olho no Mundo”, sob a supervisão das bibliotecárias Lucilene, Maclóvia e Marília;
9. Enriquecimento do acervo da biblioteca, com mais de 1.000 livros novos, incentivando e incrementando a boa leitura;
10. Autorização do primeiro curso de Pós Graduação de História, em Pedra Azul, pela UNIMONTES. Início: 10/01/2010, com 50 cursistas, custeado pela diretora e colaboradores locais;
11. Montagem de todo o processo para a implantação da Extensão da UNIMONTES em Pedra Azul, com coleta de todos os documentos necessários aos primeiros cursos acadêmicos de Educação Física, Geografia e Pedagogia. Trabalho político para a liberação destes cursos. Na montagem contou com a ajuda das secretárias Gerusa e Selda;
12. Implantação da sala de vídeo para enriquecimento das aulas dos professores;
Reforma e enriquecimento do laboratório de ciências, física e química, com o seu real funcionamento.


II – EST RUTURA FÍSICA:

Neste período foram proibidas as reformas, ampliações e construções de prédios escolares, pelo Estado. Não foi liberada qualquer verba para esta finalidade, apesar de várias planilhas terem sido encaminhadas.
Contudo, ainda foram executados com recursos da cantina:

Reforma total da sala de orientação;
Reforma total do Núcleo de Informática;
Reforma total do Laboratório de Inglês;
Encaminhamento de planilha completa do Ginásio Poliesportivo;
Recuperação permanente de carteiras escolares;

III – ENRIQUECIMENTO DO PATRIMÔNIO DA ESCOLA:

Naquela época não tínhamos verbas para aquisição do material abaixo relacionado. Tudo era conseguido com a renda da cantina e festas escolares:

Uma máquina Xerox “Sharp”, com a ajuda dos professores, com a renda da própria máquina, da cantina e festa junina;
Uma máquina de soldar (profissional), para conservação de grades, portões e carteiras de ferro;
Uma máquina de arrebites, para a recuperação de carteiras e mesas;
Uma furadeira profissional;
Aquisição de um bebedouro grande, inox, de água filtrada e gelada;
Instalação de 15 ventiladores nas salas de orientação, cozinha e salas-de-aula;
Aquisição de geladeira, telefone sem fio e televisão para sala dos professores;

Sala ambiente de Inglês na época

Instalação de um telefone público para uso de toda a comunidade escolar, principalmente dos alunos que até então não tinham como telefonar (celular ainda era para pouquíssimos).
Foi esta a nossa singela contribuição, na direção da Escola Estadual “Cassiano Mendes”.

Pedra Azul, 13 de junho de 2.010.
Letícia Carvalho Botelho



Eva Ozana Pereira de Souza (2000 a 2002)

Eva Ozana Pereira de Souza

Fui vice-diretora de 97 a 98, na gestão de Edinha, diretora de 2000 a 2003 e vice-diretora em 2008 na gestão de Amélia Lúcia Botelho, assumindo a direção em agosto daquele ano.
Estudei na Cassiano Mendes no período militar (anos de chumbo), seguidos da transição para a democracia. Foi uma época de moderação. Minha geração é moderada. Na escola tínhamos Hino Nacional e oração, mas não era todo dia. Professores mais conservadores (com medo do regime militar) e outros mais arrojados – em busca da democracia. Tínhamos aulas de Educação Moral e Cívica e OSPB (Organização social e Política Brasileira), mas já não eram matérias de muita credibilidade. Quando estava no Ensino Médio o governo do Ernesto Geisel – os professores já nos preparavam para a democracia. Eu me lembro das aulas de Didática da professora D Elisa Morais, que falava da Lei 5692, sobre a Educação que preparava cidadãos críticos e reflexivos. Estudar era muito bom: Escola era santuário da educação. Professor era sinônimo de respeito.
O professor tinha o domínio do “Saber” o aluno, tinha que demonstrar ter adquirido o conhecimento que os professores exigiam nas avaliações – que eram só quantitativas: Reprovava-se por meio ponto. O aluno ficava retido por um ano, repetia a série se não passasse em TODAS as matérias.
Os auditórios e as feiras de ciências eram freqüentes e ali apresentávamos o que tínhamos aprendido em sala. Mas o lazer da nossa geração, em parte, dependia também da escola, já que nas tardes de sábado (ou domingo) havia reunião do Grêmio (“MACHADO DE ASSIS”) e ali, formava-se Bandas, cantores, poetas, atores... foi com o Grêmio que deixei a timidez de lado e familiarizei com o palco, microfone e ali eu declamava poesias, apresentava peças de teatro... (Ah! A diretoria do Grêmio era toda formada por alunos, mas as reuniões semanais só aconteciam coma participação de professores, diretor ou representante da escola).
Depois da família e da religião, a escola tinha papel importantíssimo na formação do cidadão: Respeito, gratidão, amizade, consideração, parceria, tudo era ensinado na escola (e aprendido pelos alunos). Os auditórios, as comemorações cívicas, os clubes de leituras, tudo girava em torno da formação do caráter e da personalidade do aluno.
Muitos foram os professores que me marcaram:
Professor Alírio pelo dinamismo das suas aulas (História Geral – antiga e atual, do Mundo e do Brasil), Dª Ivonilde Braga que o substituiu quando ele foi para a direção.
Seu Alaor e Seu Elmany – pelo grande conhecimento que tinham de Geografia e repassavam para os alunos.Dª Maria José Pereira, Educadíssima no trato com os alunos.
“Seu João Bô” e “Dª Zizinha, Assistentes de turno – “fiscalizavam os alunos”: portão, cadernetas, uniforme tinha que estar impecável. Matar aula? Nem pensar...
D Biosias e D Nilde, pela paciência que tiveram com a minha “burrice” em Matemática.D. Carmelita, pelas maravilhosas aulas de Educação Física, às 6:00 da manhã e, mesmo sem quadra específica, ela sempre dava um jeito de nos ensinar postura e andar com elegância. Marchar e muitos exercícios para “afinar” a cintura.
Como Diretora, na parte administrativa fizemos pouca coisa, porque não dispúnhamos de verbas – os governadores anteriores não eram tão “mão-aberta” para reformar escolas, tanto é que para trocar o telhado de amianto (já que molhava todo o 1º pavimento) e para pintar a escola, tivemos que lançar mão de ajuda externa. Através de Padre Felice e Evaristo, italianos “Amigos da Escola”, conseguimos uma verba vinda da Itália – para reformar a escola e comprar carteiras novas (200).
As portas eram de compensado (todas esburacadas) e trocamos por outras de madeira maciça – estas que aí estão foram adquiridas com a contribuição dos pais.
Fazíamos o “Forró do Cassiano” para explorarmos uma cantina interna e o lucro era revertido para os reparos necessários, e era assim que comprávamos aquilo que não era prioritário para o governo, mas que era muito importante para nós: aparelhagem de som, iluminação do jardim e dos pátios, liquidificador industrial, impressora e computador para a sala das supervisoras, etc...

Na parte pedagógica:
Reativamos o Grêmio Machado de Assis, criamos uma Associação de Pais – a 1ª da Superintendência;
Organização dos jardins e muros da escola (ciências, biologia e química);
Assistência psicológica aos alunos-problema (Drª Silvana);
Sala de Inglês – Sala ambiente (Laboratório) para enriquecimento cultural;
Aulas de informática - Professores voluntários: Luiz Carlos Berloffa e Valdir Soriano;
Implantação do Projeto Pedagógico da escola.

Como educadora, gostaria imensamente de ser lembrada por meus alunos como alguém que os incentivou à leitura, porque tenho plena convicção que só a partir desse despertar – a cultura é que traz o sucesso pessoal ou profissional – eles serão bons cidadãos.
Nada me trouxe mais satisfação do que trabalhar por dois anos na Biblioteca, quanto pude direcionar melhor os alunos que ali entravam para essa verdade.
Na sala de aula, projetos vários me trouxeram satisfação imensa: Criação de cantinhos de leitura nas salas, Projetos de literatura (desde o início da minha carreira – todos os anos criávamos um novo momento literário para que o aluno se interesse por um escritor).
Vários momentos: Auditórios, Palestras, Varais de Poesias, Semana do Livro e da Biblioteca, Apresentações teatrais, Seminários, sempre objetivando o crescimento intelectual dos nossos alunos – permearam minha vida profissional e continuam presentes como o que estou realizando neste momento com meus alunos: Levo-os para a Praça do Varandal, para ali realizarmos os “SARAUS LITERÁRIOS” para motivá-los à descoberta de autores e obras.
Sinto-me realizada como profissional porque já ouvi de muitos alunos: “COM EVA APRENDI A GOSTAR DE LITERATURA ou ainda: “GRAÇAS ÀS SUAS AULAS CONSEGUI FAZER UMA BOA PRODUÇÃO DE TEXTOS NAQUELE CONCURSO OU UMA BOA PROVA...
A Margareth e Flávia Pamponet, meu abraço de gratidão. Às “meninas” da secretaria, Coca, Selda, Geruzinha, Sandra, Fernanda, meu agradecimentos. A todos o meu muito obrigada!

Algumas Atividades Desenvolvidas

Criação da Associação de pais da E. E. Cassiano Mendes, em abril de 2001;
Assistência voluntária da Psicóloga Dra. Silvana Maria Mendes Gouveia;
Reativação do Grêmio Cultural “Machado de Assis”;
Participação da escola no Seminário da Infância e Adolescência do Vale do Jequitinhonha, promovido pelo Ministério Público;
Uso efetivo da Sala de informática e do núcleo de Inglês;
Curso de computação, tendo como voluntário o ex- aluno da escola, Sr. Valdir Soriano e Ênio Ferraz de Oliveira, aluno da própria escola;
Projeto sobre a Dengue, desenvolvido com os alunos, com a participação efetiva da comunidade.

Dagmar de Fátima Moreira – Supervisora que prestou relevante contribuição à escola

Muros pintados pelos alunos com motivos ecológicos, em comemoração à “Semana do Meio Ambiente.”
Organização do jardim da escola, projeto coordenado pelas professoras de Ciências, Física e Química: Elizelene e Orquídea;
Projeto da pintura dos muros da cidade com motivos culturais, lançado pela Prefeitura Municipal, em comemoração ao aniversário da cidade.
Projeto coordenado pelo Professor Hilton Ferreira entitulado “Coleta Seletiva de Lixo”, através do qual os alunos visitaram bairros da cidade promovendo a coleta seletiva.
Projeto coordenado pelos professores de Língua Portuguesa, Inglês e Ensino Religioso sob o título de “Por uma Terra sem Males”, promovendo consciência ecológica, respeito à natureza e desenvolvimento sustentável.
Reforma do telhado da escola, com ajuda de Dom Sefarino. Obra supervisionada pelo Juiz da Comarca, Dr. Rogério Mendes Torres que autorizou 03 detentos como ajudantes de pedreiros. O Sr. Evaristo Tosa, esposo da professora Rosaly coordenou o trabalho.


Tomás de Aquino Rodrigues Silva (2003 a 2007)

Tomás de Aquino Rodrigues Silva

Entrevista concedida aos alunos do 2T, T1 e 3T2

O Senhor estudou na Cassiano Mendes, como era o ensino na sua época como aluno?
Estudei aqui na E. E. Cassiano Mendes no ano de 1980 a 1986 ano que conclui o curso Técnico em Contabilidade.
Quanto às recordações pedagógicas lembro-me da grande ênfase dos valores morais que nos eram repassados. Os professores tinham como objetivo primordial repassar aos alunos a grande importância do estudo, onde muitos sempre usavam a frase animadora: “Estudem, pois sem estudo você não será nada na vida”. Era um ensino tradicional, objetivo, direto e muito preciso.

A escola ofereceu contribuição para os educandos na formação de valores éticos e de cidadania? Faça um pequeno relato.
A Escola tem sempre como meta repassar ao educando a sua formação como cidadão integro, ético, digno e acima de tudo honesto. Haja vista que ao aluno são dadas inúmeras oportunidades para seu desenvolvimento intelectual, social e humano com a elaboração de projetos como este que de uma forma mais agradável e satisfatória tem como objetivo alargar os conhecimentos históricos da sua escola que sem dúvida é a base sólida de um futuro promissor aos educandos. E como este projeto outros tantos foram desenvolvidos sobre: Copa, Folclore, São João, Feira de Ciências e cultural. Todos desenvolvidos com a proposta de sempre aprofundar os conhecimentos de seus participantes.

Fale um pouco sobre sua administração
A minha administração foi um trabalho coletivo, com isto todos foram destaque, todos comprometidos com a sua função dedicando sempre para um resultado satisfatório. Obrigado:

· À equipe de ajudantes de serviços gerais com seu empenho tornando sempre o ambiente muito agradável e limpo.
· À secretaria sempre ágil com seu serviço em prol de todo o corpo docente e discente que cumprimento a todas na pessoa da secretária Marilta.
· À Tesoureira Selda Borges que muitas vezes abdicou de seus afazeres domésticos para tão bem executar as finanças com afinco, responsabilidade, honestidade e muita transparência.
· À equipe de professores sempre dinâmicos no exercício de sua vocação profissional.
· À equipe pedagógica onde a orientadora educacional Srª Dagmar de Fátima Moreira que tornou a escola sua casa, sempre inteirada de todo processo pedagógico, responsável pela elaboração do PPDE (Plano Pedagógico Desenvolvimento Educacional) naquela ocasião, a supervisora Neldira Edni Oliveira Botelho com sua ampla experiência, firmeza e conhecimento sempre encontrava soluções nos momentos mais difíceis, acompanhando a elaboração do Regimento Escolar, às supervisoras: Caroline Botelho e Daniela Gad que com o conhecimento teórico recém concluído na faculdade se comprometeram aplicando tais conhecimentos na prática efetiva e intensa fazendo sempre o melhor.
· Às vice-diretoras: Joana Orquídea que com sua simpatia conquistava a todos, inclusive aqueles que mais demonstravam desinteresse, tornando-os assim cidadãos íntegros e capazes; Márcia Andrade com sua firmeza, sinceridade e sabedoria lidava com seus educandos de uma forma que só ela os entendia e muito bem, também a atual Diretora, Srª Ana Lúcia que no meu primeiro ano de mandato exerceu a função de vice-diretora.
· À bibliotecária Tânia Sena que com muito carinho recebia os alunos e freqüentadores da biblioteca local, assim como os demais professores em uso da biblioteca.
· Às inspetoras: Eva Cassimira, Aureni de Quadros, Rosane e Bethânia repassando suas lições e informação para o bom andamento da escola.
· À SRE com todo seu apoio na pessoa da então diretora Srª Dicíola das Graças Morais Lacerda que nunca mediu esforços em empenhar com sua participação para a melhoria da escola.
· À Comissão de Avaliação de Desempenho do Servidor, nas pessoas de, Leolina Moreira, Elzina Duarte, João Marcos Morais, Elizabeth Gomes e Dagmar de Fátima. Um grande marco na minha administração, por ter sido um projeto novo e de muita relevância.
· Aos membros do colegiado que ao longo da minha administração foram parceiros inseparáveis.

Mensagem Final

Ser educador para mim sempre foi a realização dos meus desejos como cidadão e profissional formador de opinião. Sempre busquei a integração, o trabalho em equipe e a valorização do HUMANO. Para isso estava sempre proporcionando reuniões pedagógicas aliadas a confraternizações para uma maior descontração e propiciar contentamento ao educador. Sempre estive presente em olimpíadas esportivas, olimpíadas da matemática, festivais de dança e eventos culturais em geral.
A formação de um cidadão capacitado e reflexivo para a evolução do tempo real, capaz de criar, desenvolver seu próprio potencial fazendo valer as suas habilidades foi o nosso principal objetivo.
A todos o meu muito obrigado.

“O sopro do amor faz aumentar o talento.”
Dom Helder Câmara


Amélia Lucia de Oliveira Botelho (2007)
Foi diretora por um breve período, mas por motivo de força maior, teve que se mudar para Belo Horizonte, sendo substituída por Eva Ozana Pereira de Souza

Amélia Lúcia de Oliveira Botelho

À Escola Cassiano Mendes.
Tenho muito orgulho de ter feito parte desta Comunidade Escolar...
Quando estamos na Educação em Pedra Azul, pensamos que estamos sempre a passos mais lentos e precisamos acelerar para chegarmos a patamares mais altos e assim alcançarmos aqueles que vivem nas metrópoles. Hoje, fazendo parte da Educação em Belo Horizonte, tenho a certeza de que, na E. E. Cassiano Mendes, bem como, em Pedra azul, fazemos Educação e Gestão de Qualidade!
Neste momento, aproveito para parabenizar a alma da Escola; VOCÊS ALUNOS!
A Cabeça;

VOCÊS: DIRETORES E PROFESSORES, ESPECIALISTAS E FUNCIONÁRIOS!

Tenho boas lembranças dessa Escola, ela me preparou para o futuro árduo na Educação que nem eu havia previsto.

Muito Obrigada,

Amélia Lúcia Leite Botelho
Julho de 2010.




ANA LÚCIA COSTA

Ana Lúcia Pereira Costa
Nasci no dia 07 de maio de 1972 em Pedra Azul/MG, sou a primeira filha de uma família de seis irmãos e fui criada pelos meus avôs. Meu pai, hoje falecido, so fui conhecê-lo aos 10 anos de idade e minha mãe, uma senhora digna de ser chamada senhora do lar que faleceu 1 ano e sete meses após sofrer um aneurisma.
Quando eu tinha cinco anos de idade, fomos morar na Fazenda Vereda, onde estudei até o 1º ano do ensino fundamental dos anos iniciais. Trabalhei plantando milho e feijão para me sustentar, pois a minha família era muito pobre. Todo o sofrimento que passei serviu para que eu dedicasse mais aos meus estudos, pois via neles a única maneira de vencer e sair daquela vida de tristeza, solidão e poucos recursos financeiros. Durante o meu trabalho na roça tomava sol e chuva e cada gota de chuva que caia em minhas costas, a cada raio de sol que esquentava a minha cabeça e os meus ombros me fortalecia e dava forças para continuar lutando por uma vida melhor e com tudo isso jamais desanimei.
Trabalhava pela manhã e estudava a tarde e para ir à escola andava mais de três quilômetros a pé, muitas vezes tinha medo e corria da escola até minha casa e só tinha um pensamento EU VOU VENCER. Aos 9 anos vim para Pedra Azul continuar os meus estudos. Fiz o 2º, 3º e 4º anos na E. E. Cel. Pacífico Faria, onde sofri muitas discriminações por ser pobre. Não tinha condições de comprar o material escolar e os meus cadernos carregava num saco de arroz para não molhar quando chovia. Minha avó, que Deus a Tenha, comprava dois cadernos brochurões para passar o ano, escrevia com letras minúsculas para economizar as linhas com medo do caderno acabar e não ter o dinheiro para comprar outro. E a cada sofrimento, não desanimava, pois sabia que através dos meus conhecimentos e da minha sabedoria iria vencer. Tudo poderiam tirar de mim, menos a minha capacidade e a minha inteligência. Fiz o Ensino Fundamental dos anos Finais e Ensino Médio (Técnico em Contabilidade) na E. E. Cassiano Mendes, graduação em Bilogia pela UEMG e pós graduação pela UFLA. Efetivei como professora de Biologia e Ciências na E. E. Cassiano Mendes, onde atualmente estou na FUNÇÃO DE DIRETORA. Me sinto realizada, pois faço o que gosto, convivo com pessoas que amo e trabalho com o que me realiza.
Um fator marcante da minha vida foi assumir a direção da E. E. Cassiano Mendes. Fui nomeada pelo Governador no dia 07 de Abril de 2009. Sabia da minha responsabilidade perante os colegas, alunos e pais. Porém não foi difícil conquistar a confiança e o apoio de todos eles, pois mostrei a eles que são tão importantes quanto eu para esta escola. A Cassiano Mendes, hoje não tem só UM DIRETOR, existem vários diretores, pois ninguém administra sozinho.
Tenho duas excelentes vice-diretoras Flávia Pamponet e Wanda Silva da Rocha com total autonomia para administrar conflitos e buscar soluções.
A precupação inicial frente a direção da escola era valorizar o ser humano, tanto no profissional quanto no pessoal. Fizemos um Projeto de Auto Estima para valorizar a equipe da Cassiano Mendes, como a Cassifolia, o café da manhã e Lanche da tarde/noite, Sessão de Cinema para professores/alunos, o Dia do administrativo, Cerimonial para o Aluno Destaque/Incentivo. Módulo II no Country Club, etc. Além de valorizar o pessoal, procuramos também dar mais conforto aos membros da equipe, como reforma dos móveis da sala do professor e melhor adequação da mesma, Sala de multimeios mais confortável e atrativa, Descentralização do Data Show e notebook para as especialistas. Buscamos recursos junto à SRE de Almenara para adequar a Biblioteca, tornando-a mais confortável e visitada.
Comandamos a Licitação para construção da Quadra Poliesportiva e continuação da Reforma da escola.
Conseguimos junto ao NTE de Almenara e MEC mais 17 computadores com tela de LCD, uma impressora a laser e recursos para montagem da sala de informática junto a SEE de Minas Gerais.
Colocamos, com recursos próprios, cortinas nos banheiros dos alunos, na sala de multimeios e informática, grades nos basculhantes da secretaria, sala de informática e supervisão, fechadura eletrônica na porta de entrada, fechamento de pia para a cozinha, geladeira para a sala do professor. Conseguimos também verba para comprar mesas de granito e bancos de madeira para o refeitório dos alunos, utensílios para cozinha, mobiliário para a sala de informática, incluindo armários e TV de LCD.
Mudamos o arquivo inativo para a antiga sala da supervisão, tornando-o confortável, com aquisição de mais arquivos, facilitando assim o trabalho da secretaria. Montamos um projeto para eleger o Garoto e Garota Cassiano Mendes, cujo objetivo é ter, oficialmente um representante dos alunos desta escola.
Apoiamos e incentivamos o Festival de Dança, que é uma atividade extra que eleva a auto estima dos alunos, além de proporcionar lazer aos mesmos. Mandamos um projeto de Radioteca para a Assembléia, aos cuidados de um Deputado, que foi aprovado e os nossos alunos vão usufruir, em breve, dos seus recuros pedagógicos.
Hoje me sinto uma pessoa feliz e realizada profissionalmente. Procuro fazer o melhor pela escola, pelos meus colegas e alunos. Tudo que faço, penso sempre em primeiro lugar que sou professora, defendo e valorizo a minha classe. Em momento algum sinto melhor que eles, apenas sou um guia do grupo e para isso, preciso dar exemplo nas atitudes e no comportamento. Tenho o apoio da maioria e por isso a atual gestão é um sucesso, porque administra com o grupo e não para o grupo.
Quando retornar à regência de aula, voltarei de cabeça erguida com a sensação do dever cumprido na função de diretora, sem ter vergonha dos meus colegas por ter sido superior a eles. Pelo contrário sou uma colega deles e é por eles que procuro fazer desta escola um lugar melhor para se ensinar e aprender. Quanto aos alunos são parceiros da gestão. É lógico que não se consegue a totalidade da adesão, mas se tem a maioria, já é gradificante. Para ser bom não precisa agradar a todos, precisa-se fazer o melhor para todos.
A minha maior preocupação é ter um grupo satisfeito e valorizado, pois se o seu pessoal vai bem você está bem e se seu pessoal vai mal as coisas caminham com uma certa dificuldade.
O segredo de uma boa administração é trabalhar a auto estima dos membros da equipe e é o que procuro fazer. Trabalhar com pessoas que se sentem valorizadas, para que possam me ajudar a alcançar os objetivos da escola, que é formar cidadãos críticos e capazes de enfrentar o mercado de trabalho com dedicação e profissionalismo, sempre em busca da excelência.





Agora, seguem-se textos de alguns professores e um poema de um ex-aluno
fragmentos do saber


A Arte de aprender é uma missão complexa.
Nobre Geografia que a história explica,
Uma Química entre a Biologia e a Física.
Rima enigmática, Inglês com informática!
Matemática, verso exato, numérica poesia,
Sociologia, traços humanos, sã Filosofia...
Educação Religiosa ou Física, marca que fica,
Professor, sábio poeta, riacho de cultura,
Cassiano Mendes, árvore do conhecimento,
Português, pai das línguas, mãe, Literatura


E a árvore contínua: folhas, flores e frutos.

Juarez F. Freitas/ex-aluno da Cassiano Mendes








LEMBRAnÇAS...


Hoje, as lembranças me caem com uma leveza saudosa de passado bem presente. A ida para a escola, a cabulação das aulas, o respeito aos professores, a caneta tinteiro, as letras desenhadas, a matéria copiada, o fazer, o querer, o construir.
Os desfiles com banda, baliza, carros alegóricos, saia pregueada (engomada e bem passada), que prazer em participar! Porta-bandeira? Era um luxo ser escolhida. Até separar pelotão dava prazer.
Os valores permanecem. O fazer precisa de incentivo, de trabalho, de doação. O querer preciso de tempo, espaço, experiência. E tudo... tudo... precisa de amor.
Rachel Lima Alvim/Professora de Língua Portuguesa



Breve história de minha vida profissional
Professora: Elzina/ Maria Duarte Santos

“São tantas histórias”!...

Ingressei na educação em 1979, como professora de Educação Religiosa, na E.E. Carlos Américo. Fiquei muito lisonjeada por ter sido convidada pela querida e ex- diretora Edinalva Rabelo, com quem aprendi muito, para trabalhar naquele educandário. Como me sentia honrada e feliz em conviver com aquelas crianças que valorizavam tanto as lindas histórias sobre Deus e o desenvolvimento das virtudes, que eram repassadas por nós com muito entusiasmo!
Nos anos 80, tive a bendita oportunidade de continuar na educação, na E. E. Justino Ruas na direção da Sra. Marina Figueiredo. Ali desenvolvi o trabalho como alfabetizadora, juntamente com Rosa Faustino ( in memória), Vanda , Lourdes da mesma família e tantas outras... Nessa época o trabalho era de dedicação exclusiva, palavra tão mencionada hoje e que funcionava efetivamente na educação nesse período histórico. Não medíamos esforços para elaborar planos de aula, ornamentar, confeccionar lembrancinhas para nossas crianças, em épocas apropriadas. E nem motivos e tempo faltavam para as salas de aula ficarem enfeitadas de acordo com as datas e conteúdo trabalhados. Como era gratificante chegar ao final do ano letivo com noventa por cento de aprovação e de conhecimento naquela série. E mais ainda, crianças lendo em coro e em voz alta como “tagarelas”! Sendo que, no recinto da sala de aula era Deus e o professor que desenvolviam o trabalho com educandos, desprovidos de qualquer bem material. Porém, a vontade de aprender e o desejo de ensinar entre professor e aluno superavam as barreiras. Vale mencionar que as autoridades competentes exigiam muito do professor atingir as metas estabelecidas. Quantas sementes semeadas no terreno fértil da mente daqueles pequeninos! E quantas frutos colhidos do trabalho que regado com esforços, desprendimento e amor, foram colhidos em etapa tão importante da minha vida profissional!
Pois bem, como sempre a vida nos reserva surpresas inevitáveis e tudo tem o seu tempo e a razão de ser, eis a grande novidade na minha carreira profissional: dar continuidade na educação na zona rural. E foi na E. E. Corcovado, sendo que a fazenda era de propriedade do Sr. Alberto Mendes, que em 1982, dei prosseguimento ao trabalho. Quando chegou a minha vez, que por forças de circunstâncias, teria que me posicionar, enfrentar as dificuldades pessoais, principalmente, dos dois filhos ainda pequeninos: Wilker e Hudson. Decididamente, junto com a querida colega Adilsa, fomos passar por novas experiências e desafios que a vida profissional nos proporcionou. É inesquecível e não poderia deixar de mencionar nossas experiências em sala de aula multiseriada, o sinal nos intervalos que eram com o almofariz de pisar tempero, os bolos que fazíamos para as crianças eram levados no caminhão do leite do Sr. Carlito “Feijão”. Após os auditórios fazíamos o grande forró e todos dançavam; aos sábados e domingos, em que lá permanecíamos, visitas aos pais que necessitavam de esclarecimentos sobra a vida escolar do seu filho, eram feitas; do Sr Alberto Mendes que autorizava o fornecimento do leite fartamente para as professoras, assim dizia ele, dos cestos de verduras e frutas doado pelos pais, da lenha que juntávamos com a serviçal Maria José para cozinhar a deliciosa merenda,do carro da saúde que chegava para vacinar as crianças e muitas delas pegávamos no mato, inclusive meu filho Wilker, das crianças que íamos buscar tomando banho no Rio dos Patos na hora do intervalo, dos escorpiões que colecionávamos vindos do assoalho da casa e eram levados para a Sra. Inspetora Elisa de Morais...São tantas lembranças! E o mais admirável: a vontade e os esforços de aprender e ensinar entre alunos e professoras.É impossível esquecer de um trabalho tão grandioso para nosso aprendizado!
Como já estava preparando-me para galgar a estabilidade profissional, assim aconteceu em 1984, a aprovação no primeiro concurso a nível estadual, de primeira a quarta série e que foi na E. E. Ana Faria que dei prosseguimento ao trabalho realizado com luta e dedicação juntamente com as companheiras de muito compromisso como Cândida, Sandra, Nilza... Tantas noites, sábados e feriados elaborando planos de aula, matrizes, cartazes que contribuíram para a aprendizagem e resultados com índices elevados de aprovação ao final do ano letivo dos alunos.
Novos anseios e expectativas desabrochavam na questão da busca do conhecimento. Ao mesmo tempo que a dedicação era exclusiva na educação, havia necessidade em galgar patamares mais elevados na profissão.As informações do mundo globalizado chegavam lentamente em nossa cidade. O professor via que era necessário fazer um curso superior. Foi aí que em 1985, ingressei na Extensão da PUC- Almenara, para fazer a graduação em Estudos Sociais e, posteriormente a especialização em História. Inúmeras foram as dificuldades ao longo dos seis anos. Porém, a compensação foi maior ainda, pois os horizontes se abriram tanto na questão do conhecimento, como ao nível profissional. Novos concursos e mudanças de nível contribuíram para que eu desse continuidade á carreira como professora nas Escolas Deputado João de Almeida e Cassiano Mendes.
Vale ressaltar que em 1994, num período de intensa transição na minha vida tanto profissional como pessoal, entre tempos e contratempos na administração da Sra. Neldira Edni, assumi um novo cargo na E. E. Estadual Cassiano Mendes que continua até os dias atuais, de grande valia a troca de experiências com colegas de diferentes áreas. Na época, trabalhei com educandos que problematizavam muito as questões tratadas em sala de aula. Eram críticos, reflexivos, por isso, o professor também era pesquisador e preparava suas aulas com firmeza e dedicação, pois transmitia o conhecimento para alunos que preparavam-se para vencer as dificuldades e serem aprovados em vestibulares, concursos.Sendo assim, uma grande maioria dos estudantes da Cassiano Mendes, concluíam o Ensino Médio, com uma visão globalizante na questão do conhecimento.Era um trabalho prazeroso, pois éramos impulsionados pelos próprios educandos. Faziam questão que as aulas fossem bem ministradas. Eis o grande motivo de sentir-me realizada como professora, pois a educação era de qualidade e havia respeito mútuo. Felizes os profissionais que tiveram a oportunidade de incentivar e ser incentivados para interagir o conhecimento com turmas que são inesquecíveis com a de Wanda, de Daniela Gad..., que através de dedicação e esforços estão ocupando cargos de responsabilidade na sociedade. Wanda hoje, vice-diretora e Daniela Gad, supervisora.
Vale mencionar também, os ganhos e experiências adquiridas com a equipe de trabalho desse período, como: Elza Gomes, Elizabete, Eva Ozana, Braulina, Dagmar, Obed, João Marcos, Hilário, Cíntia Cerqueira, Fátima, Margaret Alvim, Ribana que trabalhavam incessantemente para atingir os objetivos propostos e por prazer. Meus agradecimentos a todos os colegas que não trabalhavam diretamente com eles, mas as trocas de experiências, a boa convivência motivou- me para que eu fizesse essa longa caminhada, mesmo tendo que pisar em alguns espinhos. Mas, tudo é aprendizado que contribui para nosso crescimento.
Atualmente estamos passando por momento de transição na educação e vivenciando a era das novas tecnologias. Portanto, é natural que haja tensões entre a globalização e as diversidades dentro da própria escola. Percebemos que as informações chegam de forma acelerada e toda a veiculação da mídia traz conseqüências que refletem na educação. Portanto, é necessário que nós educadores, juntamente com os setores competentes, reflitamos com relação a nossa postura frente aos desafios que muitas vezes nos causa indagações e inquietações com relação a desestrutura na educação. Mas é importante mantermos firmes em nossas atitudes como educadores. Lembremos o que propôs e muito praticou o inesquecível Paulo Freire, pernambucano, professor e coordenador em diversas áreas educacionais: ”Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.” Entretanto, seu ardente trabalho e suas idéias renovadoras ainda assim, incomodou a ordem vigente em 1964, os militares.
Se a história se repete, e o inesperado acontece, imagine na educação em que o espírito de luta é inerente a muitos educadores que não desanimam jamais! Felizes os companheiros que persistem na luta acreditando na sua semeadura e nos frutos que com certeza vigorarão. Pensando nessa ótica, mais uma reflexão é necessária para o nosso fortalecimento como educador: “Deus nos concede a cada dia uma página de vida nova no livro do tempo, o que escrevemos nela é por nossa conta.
Vamos em frente companheiros! Shakespeare, tido como maior escritor do idioma inglês e que permanece “vivo” nos dias atuais através do teatro, cinema, televisão, nos deixou seu legado: “Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.”
Meus agradecimentos a todos os colegas e os diversos setores desse educandário, que cultivaram a paciência para si mesmo e para comigo. Que o Mestre Jesus nos fortaleça e continue com todos em sua caminhada.
Fonte: SANTOS, Elzina Maria Duarte. História: Breve Abordagem de Carreira Profissional. Pedra Azul, 2010.


LAÇOS INQUEBRÁVEIS
Indiara Ribeiro da Silva/Professora de Química e Matemática

O que passo a relatar neste momento, para alguns, talvez possa parecer um desabafo um tanto melancólico; para outros uma forma de justificar a decadência do ensino médio, que de forma geral, é descaradamente mascarado por um sistema que criticamos negativamente. Entretanto, apesar das falhas, nós professores somos parte real e indispensável, modéstia à parte! Digo isso por que sou professora e me orgulho do que sou.
Às vezes ouço colegas dizerem que são professores por falta de opção, e dizem que “são bons no que fazem”, que a escola necessita deles e que sem os mesmos ela não funcionaria, que hoje em dia o sistema remunera tão mal o professor que não há mais quem se interesse em sonhar com tal profissão; outros dizem que até sonharam, mas com a falta de limites e o descaso geral com que é tratada a educação, desistiram do seu sonho.
Observo que apesar de termos vivido tudo isso, de fazermos tudo que fazemos, não produzimos tanto quanto desejamos.
Cresce um pavor que nos deixa estagnados, sem entendermos onde está a falha, de gerarmos dezenas de planos para transformar a sociedade e assistir esses planos serem abortados por uma sociedade viciada no consumismo do tudo pronto; poucos se interessam em absorver o que aprendemos ao longo de tantos anos.
Ao vendermos nosso “peixe” para o mercado juvenil, disputamos espaço com toda parafernália tecnológica que o mundo globalizado original e pirata, conquistou e viciou-os de tal forma que parecemos invisíveis.
Não nego que toda esta situação assusta, surge o desejo de fugir, mas ser professor ainda é criar cidadãos críticos e pensantes, e que passar pela nossa quarentona “Cassiano Mendes”, de alguma forma ainda transforma essas novas e informatizadas cabecinhas, cheias de sonhos e chips, letras e sons que os fazem complexos e encantadores como os jovens sempre o são.
Por tudo isso, acredito que os laços entre esta Quarentona e nossa comunidade, se tornaram inquebráveis, e por lidar com jovens, cresce a esperança de ainda estarmos convivendo com campeões, pessoas que se adaptarão à sociedade, e não simplesmente criaturas fadadas à extinção.


Minha vida, minha história em Pedra Azul.
Joana Orquídea Maranhão Oliveira/ professora de Química

Sou Joana Orquídea Maranhão Oliveira, natural de Barbalha-Ceará, filha de José Dionísio Maranhão e Maria Stella Maranhão, a caçula de quatro irmãos: Rosa Maria, Hortência Maria, Maria Lírio e Gerânio, formamos assim, um jardim na nossa casa, por ser “mainha” uma grande admiradora das Flores.
Sai da minha terra natal e fui estudar na cidade de Recife-Pernambuco, onde terminei o ensino médio e ingressei na Universidade Federal Rural de Pernambuco no curso de Engenharia Agronômica e também na Universidade Católica de Pernambuco no curso de Serviço Social. Ao chegar em Recife logo conheci o Sérgio Oliveira Santos, natural de Pedra Azul, que ali morava a trabalho. Depois de anos de conhecimento tornou-se meu marido no dia 19/12/1992. Por circunstâncias de trabalho, o meu marido então decidiu regressar a Pedra Azul sua terra natal, o que de muito bom grado acatei, por já ter conhecido aqui anos antes e tornado Pedra Azul minha “princesinha do Sertão Mineiro”.
Com as idas e vindas, abracei e senti-me abraçada pelo calor dos braços pedrazulense.
No dia 08 de março de 1993, dia em que se comemora o “Dia Internacional da Mulher”, ingressei à lista de professores (família) da E. E. Cassiano Mendes, data que tornou para mim um marco primordial, pois naquela ocasião me encontrava muito saudosista, uma vez que estava a muitos quilômetros de distância da minha família, fui acolhida com braços abertos por toda a equipe de servidores e também de alunos, que nos momento de saudade, ajudaram-me, transformando aquela angústia em amparo, benevolência, carinho e afeto com que todos me tratavam.
No ano de 1996 ingressei na Universidade Estadual de Minas Gerias(UEMG) no curso de Química, cuja conclusão deu-se no ano 2000. No ano seguinte concluí o curso de Pós-graduação pela Universidade Federal de Lavras - MG.
Para tornar meu laço ainda mais forte com esta terra querida, no dia 08/08/1996 nasceu meu primeiro filho: Pedro Zeca Maranhão Oliveira, nesta ocasião de fato tornei o meu sangue pedrazulense, pois com a maternidade vislumbrei a grande razão de viver ligada a outra VIDA.
No período de 2003 a 2007 assumi a vice direção deste educandário ao lado do diretor Sr. Tomás de Aquino Rodrigues Silva, experiência nova e construtiva para o meu lado profissional e pessoal, período no qual outra vitória aconteceu na minha vida: dia 08/11/2005, o nascimento da minha segunda filha: Fhadua Stella Maranhão Oliveira.
Hoje ao longo dessa jornada pedrazulense, profissional e familiar, alavanquei minha nova história de vida e me alegro com a colheita próspera e feliz, graças a todos que me acolheram, meus colegas de trabalho e também os meus queridos alunos.

A Globalização e seus efeitos em nossos alunos
Manuelane Xavier de Almeida/professora de Geografia

A globalização uniformizou o gosto dos jovens em todo o mundo. Eles gostam das mesmas músicas, filmes, roupas...
Temos a valorização do consumismo, que leva a tantas atrocidades praticadas por jovens – quando não se tem o que se deseja: rouba-se!
É papel do professor debater o atual processo de globalização e os bombardeios da mídia que contribuem para a alienação cultural que acaba moldando a visão dos jovens sobre o mundo. Visão essa, deturpada e isenta de valores éticos e morais, visão fundada apenas no ter e na aparência das coisas – o consumismo.
Devem-se mostrar as portas que levam a outras possibilidades, aguçar os sentidos para se entender a natureza humana, conduzir à comparação de imagens e dos valores dominantes com a realidade do próprio aluno, para que o mesmo reflita sobre seus próprios valores, desejos e experiências de forma perceptiva e crítica.
Eis um dos nossos desafios, entre outros tantos que se apresentam diante de nós.


Professor - este eterno aprendiz
Mércia Pereira de Morais/Professora de Língua Portuguesa

A escola hoje não é mais transmissora de todo o “conhecimento”, o professor não mais ensina, ele é um incentivador e orientador na busca de informações que devem servir como base para a construção do conhecimento, onde os saberes não são mais estáticos, e sim dinâmicos. Nesta realidade, há um desafio, o qual venho tentando superar.
Acredito-me uma professora aprendiz, pois hoje em dia os professores aprendem juntamente com os alunos. E isso não diminui o valor do professor, muito pelo contrário, temos aí uma grande tarefa, pois além de dominarmos os saberes (disciplinares) e as competências pedagógicas, trocamos experiências com os colegas, para produzir e reformular conceitos, mudar a forma de ensinar. Esta sou eu, professora-aprendiz, aprendendo a construir novas competências de incentivadora da aprendizagem, incentivando o intercâmbio de saberes, através do uso de novas tecnologias e não apenas decorando regras. Estrategicamente venho mudando minha forma de ensinar, porque o momento exige que estejamos em constante renovação. As mudanças nem sempre são bem vindas, mas elas já se fazem urgentes e imprescindíveis para o bom funcionamento do ensino e para facilitar o relacionamento professor-aluno. Sei também que algumas mudanças afetarão o aluno e que nem sempre conseguimos alcançar o nosso objetivo. E não podemos esquecer que às vezes as mudanças têm de partir de vários lados: do professor, do aluno, da escola, da família e da sociedade.
Penso que a educação pode e deve melhorar, mas precisamos começar a sair da posição de vítimas para a posição de chefes de nossas carreiras e fazer ser uma carreira de fato. Precisamos pensar mais pra frente, ir mais longe, nos impor energicamente, precisamos ser autoridade (lembrando da grande diferença entre ser autoridade e ser autoritário).
Gosto muito dos meus alunos e sinto-me responsável por eles. Eu sou encantada pela profissão, porque sinto necessidade de estar perto dos alunos e penso o tempo todo em melhorar a maneira de atender as suas necessidades. A experiência profissional e a humildade são importantes para implantar mudanças. Sinto-me feliz por estar exercendo a profissão.


Reminiscências de um Profissional
Margareth Lima Alvim

Silêncio. A noite já ia alta quando resolvi me deitar. Passei pela ponta do meu escritório, entrei e remexi em alguns livros e pastas dispostos na estante. Abri um aleatoriamente, e deparei com esta citação de Chico Xavier:

“Sem o alfabeto anoitece o espírito
Sem o livro, falece a cultura.”

O mundo sem educador será um fiasco - pessoas agindo como irracionais, presas, alheias à voz da consciência.
Peguei uma outra pasta antiga, encontrando ali papéis que demonstravam a minha participação em cursos de aperfeiçoamento. Que saudade daquele tempo... lembrei-me da primeira vez que entrei em uma sala-de-aula. Jovens ativos, questionadores, desejando saber quem era a nova professora.
Pronto, tinha dado o primeiro passo de uma longa caminhada na Educação.
Fui professora de Geografia (só um ano), inglês, literatura e português. Passei muitos finais semana e muitas madrugadas, elaborando textos, preparando aulas e procurando um jeito agradável e diferente de ensinar. Sempre fiz isso com muito amor.
Trabalhei nas escolas “Deputado João de Almeida”, “Dr. Clemente Faria” e “Cassiano Mendes”, onde passei bons momentos.
O Padre Vieira disse, num dos seus sermões: “Tudo cura o tempo, tudo acaba, tudo desgasta. Ele corrói a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera”, mas o tempo deu-me uma mão, consolidando as grandes amizades que fiz em todos os lugares onde trabalhei. Laços fortes foram criados, que mesmo o tempo, com uma sabedoria intocável, terá dificuldades em desatar.
Depois de muitos anos de regência, fui convidada, por Edinha, para fazer parte do quadro administrativo da escola, como vice-diretora. Com ela, aprendi a ponderar os meus atos e analisar cuidadosamente as palavras. Por ela tenho respeito de uma mãe e carinho de uma filha. Faziam parte dessa equipe: Eva Ozana, amiga para todas as horas, ágil e muito inteligente; também a nossa pequena Dagmar, que sempre me mostrou um gigante trabalho.
Voltei a ser vice-diretora por mais duas vezes: uma onde conheci mais de perto a amiga Flávia Pamponet, que tem poder de conquistar a todos com seu jeito calmo e doce; e na gestão de Amélia, na E. M. “Dr. Clemente Faria”.
O quadro de professores, com o qual tive o prazer de trabalhar na “Cassiano Mendes” era fantástico. Impossível citar todos os nomes que me ajudaram a crescer, como pessoa e como profissional. Muito obrigada aos colegas supervisores, professores, aos meus serviçais e ao pessoal da secretaria. Tenham certeza que a marca que deixaram em minha vida é profundíssima.
Hoje, encontro-me aposentada, com a real certeza de que cumpri meu papel como educadora. E, no silêncio da noite em meu escritório, e objetos que me remetem a um passado de momentos inesquecíveis, guardo em um canto da memória a história que um dia construí.
Depois de todos esses anos de compromisso com a educação, posso dizer com firmeza: Escola “Cassiano Mendes”, eu ajudei a construir sua história.


Eu e Cassiano Mendes
Romaria Clemência Ferraz Porto/ Professora de Português

Falar de Cassiano é uma honra, pois o nosso romance começou na pré-adolescência. Sou professora do 1º e 2º graus, comecei minha vida profissional muito cedo, mas na área da educação em 1987. Com dificuldade fiz o curso de magistério, curso profissionalizante, o qual dava oportunidade para começar uma carreira na educação. Mais tarde, em 1992 ingressei no curso de letras.
Trabalhei muito tempo como contratada, em 2001 prestei concurso público na área da educação para professor e tomei posse em um cargo. Sinto-me realizada profissionalmente, pois gosto daquilo que faço.
Sou mãe de dois filhos, pelos quais luto para dar uma vida digna.
Já levantei às 5h para lecionar em uma escola que fica a 27 km de distância de minha casa, voltando às 15h, para continuar minha tarefa na “Cassiano”, mas vale a pena, minha carreira tem suas vantagens.
Como estudante minha vida não foi fácil, os primeiros anos escolares estudei no município de Almenara, onde tinha que levantar às 5h da manha para chegar à escola às 7h, pois era muito longe, tinha que ir a pé e eu era muito pequena. Depois mudei para a cidade, para terminar o primário. Fui matriculada na Escola Estadual Pacifico Faria, pertinho de minha casa, com dez minutinhos chegava lá, e a minha professora era Elza Gomes, ótima professora, exigente, dedicada, queria o melhor para seus alunos, pela qual tenho grande admiração por ter sido minha professora e hoje minha colega de profissão, em quem tenho me espelhado, e sempre vou considerá-la minha querida professora.
Fiz o 2º grau na Cassiano, escola de renome, sinto-me orgulhosa por fazer parte do quadro de funcionários.
Tive excelentes professores, exigentes - D. Edinha e Ana Angélica com seus Fundamentos I e II sempre a nos exortar, Dagmar com Didática para tudo se normalizar, D. Letícia com seu Português Geral e Instrumental que nos ensinava a caminhar mesmo com uma “Pedra no Caminho”, dizendo que nada podia nos atrapalhar na longa caminhada..., D. Nilde com suas parábolas matemáticas dizendo: Leoa, precisa raciocinar... E outros... E outros... E Max com toda a sua “Moral... e Cívica”, Hilário e seus Slides, com sua tese contra o aborto, mostrando que a “Vida é Bela” e que Deus nos conhece ainda informes dentro do ventre de nossa mãe... Eva com o seu Português mostrando que o “imperfeito” há, mas que não podemos esquecer que o “Perfeito” e o “Mais Que Perfeito” sempre vencerão, saber que o “Presente” é bom graças ao “Passado”, e que o “Futuro” será melhor porque o “Presente” soubemos usar. Margareth (Margô) com sua literatura e suas cantigas de Amor, D. Nice Ferraz com seu “Imperialismo” desbravando sua Historia Geral, Seu Alaor com a Linha do Equador, suas águas vertentes, latitudes e longitudes e o meridional de Greenwich.
São pessoas que estão na memória que fizeram e fazem parte do corpo docente da “Cassiano” para nos atender. Porque não se lembrar do Sr. João Boa “quinze para as três” que despistadamente nos deixava sair escondidinhos para os namoricos, D. Lenira com seu carimbo vermelho na cadernetinha de bolso nos punindo de uma forma carinhosa para adquirirmos um futuro de sucesso, D. Eliza e Piaget, defensores do corpo discente “O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir. Cria situações-problemas”, assim ela citava Piaget.
Eu e Cassiano temos uma historia de amor muito bonita, apaixonei-me pelo cara assim que o vi, creio que só vou deixá-lo quando me aposentar, não está longe , dentro de quatro anos chego lá, não dá para contar todo nosso romance, se eu contar você vai chorar...

Aqui na Cassiano aprendi valorizar tudo: a vida, as pessoas, e acima de tudo a mim mesma, aprendi valorizar as pessoas não pelo que têm, mas pelo que elas são. A vida me ensinou que vale muito mais um amigo de que um bolso cheio de vintém, e em toda a minha caminhada tinha alguém a me auxiliar, um Deus forte que não me deixa fraquejar.
Na Cassiano ninguém fica a brincar, todos que aqui chegam têm uma lição e tarefa a realizar, seja criança, adolescente, jovem, estudante, professor, diretor, supervisor, secretário, serviçal, bibliotecário suas responsabilidades tem que efetuar, porque “Cassiano” tem amor e serviço para dá.
Estudar ainda é o caminho que todos devem passar, mesmo com grandes ou pequenos obstáculos, e “Cassiano” aqui está com os braços abertos para ensinar. Faço parte de sua história e quero que você também venha participar, vem para a “Cassiano”, vem! Um novo ser você será...
Romaria Clemência Ferraz Porto


Diário de uma Professora
Obed Rodrigues de Souza / professora de Inglês

Nasci em P. Azul em 24 de abril de 1965.
Minha mãe, Dª. Elisbéria Pereira de Souza, (D. Bela) foi professora rural. Cresci ouvindo histórias dos eventos que realizava na Fazenda Carneiros. Sr. Netércio de Almeida, Dª. Leda, Dr. Gamaliel, Dr. Reynaldo, Dª. Helena Antipoff, foram nomes que ouvi, com freqüência, durante minha infância e adolescência. Nossa casa era humilde, mas minha mãe se preocupava em garantir-nos uma educação formal. Havia livros nas gavetas e nos cantos da casa. Ouvia constantemente ela falando com tristeza dos filhos que não gostavam de estudar. Era minha professora de catecismo, aos 8 anos eu já lia a Bíblia.
Estudei na E. E. Pacífico Faria nos anos 70. Jamais esquecerei a paciência de “Dª Lila”, na 2ª. série ao ensinar-me matemática. Ela me levava para sua casa após as aulas, e na cozinha, colocava feijões sobre a mesa para que eu aprendesse a dividir. “Seu Anibal”, pai de Dª. “Lila”, costumava aparecer na cozinha e ela dizia:
- Pai, essa menina é boa aluna, ótima em Português, mas não aprende dividir...
Mais do que a lição de matemática, ficou o gesto, a sublimidade daqueles momentos feitos eternos na minha memória. Eu não sentia vergonha com “Dª. Lila”, por não saber matemática, sentia sim, o apoio, o carinho encontrado. Outros professores me intimidavam, ela não. E olha que ela era enérgica!
Na década de 70 minha ídola era Eva Wilma, fiquei fascinada com a novela “Mulheres de Areia”. Eu e Vaneide assistíamos às novelas, à noite, para representá-las durante o dia. Debaixo do pé de manga da casa de Dª. Anieta, no Timbiras, dançávamos como se fôssemos as chacretes. As árvores eram nossos aviões, com os quais viajamos, nas asas da imaginação para outros países. Eu tinha um caderninho onde escrevia minhas próprias novelas... Tudo secreto, meu mundo particular, povoado de fantasia. Ajudava-me a enfrentar os anseios da pré-adolescência.
Brincávamos de teatro na garagem da minha casa. Cobrávamos ingresso e com o dinheiro comprávamos “quebra-queixo”, “zorro”, “Maria mole”. Chocolates eram muito escassos naquela época... e caros.
Fui alfabetizada com o livrinho de Dª. Leda. Lembro-me que minha irmã, Zelda tomava a leitura, para ver como estava meu progresso: “... Eu sou Laurinha, eu sou Rachel...”.
Matemática sempre foi meu “problema”, gostava de memorizar a tabuada em cima de uma pedra em frente à minha casa, no Timbiras , era mais agradável.
Tínhamos muito medo de D. Rosalina, a diretora da Pacífico Faria. Aura Veloso, na 4ª. série, ria de minhas redações, quando eu falava que queria ser atriz. Era cúmplice dos meus sonhos, não debochava, achava graça e sempre falava que eu escrevia muito bem.
Um dia, abri uma cômoda velha, e me deparei com um caderno velho de Inglês, de minha irmã Eva. Eu ficava olhando para aquilo, tentando decifrar. Foi algo inexplicável. Ela já estudava na “Cassiano” com o livro “English for Brazilian Students”, que eu folheava, sem entender, cujo autor, Vicente Andrade, mais tarde, em 94 seria meu professor, na especialização em Língua Inglesa pela PUC.
Ingressei na Cassiano Mendes em 76. Só havia o andar térreo. As salas bem cheias. Não me esqueço da primeira vez em que Ariovaldo Barbosa de Oliveira, “Café” escreveu o “Verbo To Be” no quadro da sala, sua letra não era muito bonita, mas mesmo assim me apaixonei pelo Inglês desde os primeiros instantes. D. Elisa mandava que olhássemos para a janela do lado de fora e percebêssemos as folhas que caiam e o vento que soprava. Ela disse: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma, assim disse Lavoisier”.
Lembro-me de D. Nice que desenhou no quadro um retângulo e dentro dele uma bola, explicando que o Senhor Feudal era a bolinha pequena, e o rei o retângulo enorme...
Já no segundo grau, D. Letícia, ao introduzir o Romantismo escreveu bem grande no quadro, com letras garrafais, “1836 – início do Romantismo no Brasil.”
O segundo grau, em minha época, passava por muitas dificuldades, pois não havia professores habilitados para a área de exatas. Paulo Davi lecionou alguns meses Física, Jalvanice, hoje médica em Itaobim deu algumas aulas de biologia e química. Só no terceiro ano, “Elizinha” começou lecionar Física e Química.
Ramon de Lucena Ramos era professor de Contabilidade e Francisco Carlos dos Reis (Quinho), de Técnicas Comerciais. Hermano de Souza Figueiredo também foi nosso professor. Eram todos nossos amigos, lembro-me deles mais como amigos do que como professores. Era costume alguns saírem para os barzinhos com os professores. Não havia exageros. Eram amigos-professores, havia uma linha tênue mas respeitosa, a qual não ultrapassávamos. Sabíamos os “pode” e “não podes”, sem que ninguém impusesse nada.
D. Nilde me marcou profundamente, com ela aprendi matemática financeira, juros, porcentagem... Como se deu esse milagre? Antes de iniciar a aula, ela conversava muito sobre outros assuntos, sobre política, ciência, a sociedade e o mundo; isso tirava um pouco minha insegurança para com a matéria. É claro que as contas eu fazia com a calculadora... (risos).
Sr. Castor, pai de Amelinha nos marcou no 3º. Ano, pela cultura, pela elegância de seus ternos, que só espelhavam aquilo que já era belo dentro de sua própria alma. Ele era uma fonte da qual bebemos, nossa sala gostava de quem era culto, que tinha histórias para contar, associando com o conhecimento de mundo.
Marilene Pereira Ramos, sobrinha de Alírio, professora de matemática marcou-me pelo carisma e atenção. Ela sabia que eu não entendia matemática, mas me apoiava, não me criticava.
Hermano Figueiredo e seu “ábaco”, com aquele “ jeitão truculento”, nos punha medo... Mas todo mundo era amigo... o amor estava lá, invisível, regando nossos corações como orvalho, demonstrado em atitudes de respeito.
Lembro-me de “D. Tita” e seus “beijus” de coco, as “ puxas”, os “ quebra-queixos”, a cantina da escola era bem escassa. Não havia merenda todos os dias.
Assim, terminei o curso Técnico em Contabilidade, em 1983. Fui para Valadares, onde estudei “Letras” e voltei em 1989, já como professora. Comecei com D.Nilde, passei por Ana Angélica, Hilário, Neldira, Letícia, Eva, Tomás e Ana Lúcia. .
Falar da Cassiano é falar da minha jornada como aluna do Mestre dos Mestres, Jesus, é falar dos meus sonhos, buscas e anseios. É falar de uma experiência maravilhosa que tive um dia com Jesus. Experiência essa que mudou meus conceitos e perspectivas. É trazer à memória meus ex-alunos, ex-professores, e colegas. É minha vida. Agradeço a Deus todos os dias por tudo que passei aqui. Se eu pudesse acrescentar mais uma bem aventurança, diria “Bem aventurados os que trabalham por prazer.”
D. Nilde me aceitou de braços abertos. Naquela época fins dos anos 80, início dos anos 90 Edinha e Dagmar já ocupavam lugar de destaque na escola. Por elas passavam os problemas da escola. Edinha/Dagmar, dupla dinâmica que por muito tempo geriram os problemas pedagógicos da escola, são figuras emblemáticas de uma década significativa na Cassiano Mendes.
Neldira / D. Edinha, era movida pela paixão, eu me identifico muito com ela nesse sentido. É exemplo de coragem para mim, sempre sonhou, apesar das dificuldades.
Letícia enfrentou um período muito difícil, pois a progressão e os ciclos foram implantados, sem nos preparar devidamente. Mas foi uma época de renovação das tecnologias, recebemos os primeiros computadores, a salinha de Inglês foi toda equipada. Letícia comprou dicionários, livros para-didáticos e vídeos de Inglês. Foi um período em que pude colocar em prática muitas técnicas áudio-visuais.
Eva, Margareth e Flávia Fizeram uma administração realista, mas muito produtiva, criou-se a Associação de Pais, reativou-se o Grêmio, as primeiras feiras culturais aconteceram. A globalização já era realidade em nosso dia-a-dia, a internet já acessível à grande parte da população de Pedra Azul. Houve a reforma da escola. O Juiz de Direito, Dr. Rogério Mendes Torres sempre vinha à escola. Drª. Silvana Mendes dava assistência psicológica a alguns alunos. A comunidade participava ativamente.
Em 2002, quando a atual Supervisora Irismar ainda era aluna, tivemos a participação dos alunos do noturno na feira cultural e o trabalho da professora Luciana Grezzi sobre o rio Inhaúmas foi muito relevante.
A administração de Tomás foi tranquila, um período de consolidação das políticas públicas de gestões democráticas. Famoso mesmo é seu aniversário dia 24/06, já tradicional na escola, onde os colegas se reúnem para “aquela descontração.“
Enfim, com Ana Lúcia, a atual diretora, a escola tem caminhado em direção ao novo. Temos trabalhado com vários projetos. Sua jovialidade e carisma são ingredientes necessários para conduzirem as novas gerações de estudantes. Sua maior preocupação é elevar a auto-estima, tanto de alunos como professores.
Gostaria de destacar o trabalho das professoras de Educação Física, com o projeto de dança coordenado por Daniela Lima, foi lindo. Daniela Gad e Wanda seguram muito bem a onda do vespertino. A área de exatas está de parabéns, quem dera no meu tempo eu tivesse estudado por meio de projetos, tais como os de Tânia, Anier, Indiara, Orquídea, Alessandra, “Marleninha”, Maria das Neves.
Após 21 anos de magistério, ou melhor, de aprendizado, vejo que estou me calando diante de situações que não compreendo muito bem. Não é o silêncio da omissão, mas o silêncio de quem quer ouvir atento os gritos mudos de uma geração alienada pelo que têm ou pelo que não têm. Procuro me calar, enquanto minha voz interior grita forte dentro de mim. Preciso refletir sobre essa nova sociedade virtual, sobre a tecnologia que tenta controlar nossa rotina diária. Preciso proteger minha identidade, preciso fortalecer minhas raízes, lá onde encontro Deus e, por conseguinte, a mim mesma.
Graças aos avanços tecnológicos podemos dar aulas com mais qualidade, porém muitos de nossos alunos estão, cada vez mais distantes, acomodados e menos criativos.
A internet que nos conecta a todos, também nos faz uniformes, solitários, introvertidos, limitados e, muitas vezes meros expectadores da vida real que pulsa muito além de uma tela, onde os raios de sol não podem entrar para aquecer sonhos e impulsionar descobertas.
Transformar a informação em conhecimento, e as disciplinas em saberes é o nosso desafio. Humanizar a máquina, controlar o gênio tecnológico que muitas vezes tenta destruir a singeleza de um simples abraço, de um olhar carinhoso, do afago de uma mão amiga... Eis o próximo capítulo a ser escrito. A internet abriu várias “ janelas” para a informação, mas fechou várias portas de acesso ao conhecimento e reflexão para muitos internautas.
Sinto uma grande maioria de nossos alunos muito sós, introvertidos, sem sonhos, sufocados pela dureza da vida; outros pelas facilidades de uma vida sem regras. Conectados em rede... solitários no meio da multidão... Barcos a navegar num oceano de informações incapazes de os conduzirem à terra firme da sabedoria e do auto-conhecimento.
Antes, a ditadura das botas dos generais, afinal, segundo eles “as massas não pensam, nem sabem decidir...”; hoje a ditadura do consumismo e da conformidade medíocre imposta pela mídia.
Se por um momento eu tivesse algum poder, gostaria de plantar sonhos nas almas de meus alunos. Para que eles, senhores de suas decisões, fossem impulsionados ao grande mar da vida sem medo de se arriscar. E nos momentos difíceis pudessem se satisfazer com a certeza de que não traíram aquilo que de mais precioso nós possuímos: nossa consciência – ingrediente que nos faz humanos, razão de todas as escolas e todo conhecimento almejado pelo homem.
A vocês alunos e colegas, obrigada pela paciência para comigo. Amo todos vocês.

Pedra Azul, 19 de agosto de 2010


TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
Iracy Maria Das Virgens Bispo/ Professora de Educação Religiosa e Sociologia

Escolhi o magistério por vocação, gosto da relação com crianças, adolescentes e jovens. Acredito que a educação e a cultura são transformadoras da sociedade.
Iniciei minha carreira em 1987, na Rede Municipal de Educação de Pedra Azul, meu primeiro ano de trabalho foi no Parque de Exposições, com o projeto EDUCAR alfabetizando jovens e adultos, no ano seguinte fui transferida para a Escola Municipal Vereador Levy Roberto, onde atuei por quatorze anos e mais um ano, na Escola Municipal Doutor Clemente Farias; durante toda essa trajetória alfabetizei treze anos, jovens e adultos só no Município. Durante esses anos participei de todos os cursos oferecidos pela Rede Municipal de Educação e Secretaria de Educação de Almenara. Nestes anos de trabalho aprendi muito com a troca de experiências com os jovens e adultos de culturas variadas.
Em 1994, ingressei na Rede Estadual de Educação, na Escola Estadual Justino Ruas, lá permaneci por três anos, com alfabetização de crianças e um ano na quarta série. Foi uma experiência totalmente diferente da que já tinha com adultos. Em 1998, atuei na Escola Estadual Pacífico Farias como professora recuperadora e na escola do município de Jequitinhonha Professor Manoel Do Norte, com alunos da 3ª série do ensino fundamental. Em 1999, tive uma outra experiência de trabalho no Município de Cachoeira de Pajeú, no povoado de Águas Altas, lá atuei na biblioteca; foi uma experiência gratificante, apesar da dificuldade para pegar carona. Em 1999, iniciei na Escola Estadual Deputado João de Almeida com a disciplina Educação Religiosa, outra experiência que só me enriqueceu: me identifiquei com a clientela e o conteúdo.
Em 2001 e 2002, trabalhei na Escola Estadual Ana Faria, de 5ª à 8ª séries, com Educação Religiosa. Em 2000, 2002 e 2004, comecei a trabalhar na Escola Estadual Cassiano Mendes, e já faz uns cinco anos que estou de volta nesta Escola, onde fui efetivada.
Apesar das experiências que trouxe das outras escolas, encontrei dificuldades por me deparar com uma clientela diferente das outras, mas isso não foi impedimento para que eu pudesse superar os obstáculos e continuar meu trabalho, como sempre o fiz com perfeição, dedicação e amor. Aqui como nas outras escolas, recebi apoio, orientação dos supervisores e direção, mas percebi certa desvalorização do conteúdo que era Educação Religiosa, por parte de alguns colegas e até mesmo dos especialistas e direção. Tive que lutar muito para vencer esses obstáculos e ter vez e voz nos conselhos de classe. Com as mudanças que houve na Educação Religiosa, percebi que houve também por parte dos colegas uma maior aceitação da disciplina. Hoje não sinto mais essa desvalorização, vejo respeito, confiança, por parte dos colegas direção, especialistas e principalmente dos alunos.
A Educação Religiosa hoje, abrange não só a questão religiosa, mas sim os princípios e valores que uma sociedade precisa para viver bem.
No momento estou trabalhando também com a disciplina Sociologia; estou amando o trabalho, principalmente por estar na Cassiano Mendes, contribuindo com a efetivação de projetos que me fazem crescer a cada instante. Nesse período também concluí meus cursos superiores e pós-graduações, com os quais me sinto capacitada para desempenhar bem a minha função.
Trabalhar com a Educação, me dá a possibilidade de estar com os jovens, de acompanhá-los em seus conflitos e intervir na prevenção e na resolução de problemas relacionados à nossa realidade social.
Agradeço à escola, pela oportunidade, de poder contar um pouco da minha experiência e aos colegas que me acompanharam nessa trajetória para o meu crescimento profissional. A todos, meus agradecimentos.

Pedra Azul, 19 de agosto de 2010


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